sexta-feira, 11 de abril de 2014

Dia 2 - Milho Verde - Corregos

Fato interessante de ontem: todo mundo que pedi informação em Milho Verde acabou ligando pra alguém pra me atender. Hospitalidade mineira confirmada e nota 10.
Acordei no horário, café da manha básico do básico, mas vumbora.
Saindo de Milho Verde, maravilha: descida!  2km morro abaixo. Mas depois de toda descida, tem uma subida. Ate o Serro eram 22 km. Ate o km 10, foi nesse batido: descidas boas e subidas honestas (nem tao longas e nem tão íngremes). Depois do km 10, começou a descer. Asfalto novinho,  praticamente sem movimento de carros, top! Acho que bati o meu record de velocidade! Tinha planejado gastar 2 horas e fiz em 1:30h.
Chegada no serro por volta das 11h, saída das crianças da escola. Acho que todas (muitas) que achei no caminho fizeram algum comentário sobre mim.
Parei numa padaria e a atendente olhou pra mim e perguntou de onde vinha. Expliquei e ela: mas vc dorme no meio do mato??? Não entendi a pergunta...
Sai do Serro sem perder tempo.  Ate Itapanhoacanga eram 26 km. No início,  estrada com muito movimento,  principalmente por caminhões e caminhonetes da Anglo Gold. Nada que atrapalhasse. Estrada muito boa, muita descida e também subidas honestissimas. Estava planejando chegar em Itapanhoacanga por volta das 14:00, mas no ritmo que estava, as 13:00 eu estaria la.
Ja tinha pesquisado a pousada em iria pernoitar em Corregos,  com piscina,  restaurante e tudo mais. Nessa hora ja estava planejando chegar as 16:00 no destino final e curtir,  afinal estava adiantado no cronograma.
Antes de chegar em Itapanhoacanga,  passa por mim (em uma subida desonesta) 2 onibus escolarea cheios se crianças.  Um monte de cabecinha pra fora da janela olhando pra mim. Nao tive como esboçar nenhuma reação,  pois estava mais preocupado em não cuspir meu pulmão pra fora.
Bom, chego em Itapanhoacanga querendo almoçar, e a única indicação era uma pousada que tb é restaurante.  Chegando la me informaram que a pousada estava toda reservada pra "firma" (Anglo Gold). Tento achar um restaurante,  mas nao existe. Acabo almoçando uma coxinha e uma coca em uma mercearia.  Converso com uns locais sobre o caminho pra Tapera (proximo destino, 14 km a frente). Um senhor de uns 70 anos olha pra mim pergunta como que vou pra la. Quando falei que era de bicicleta ele simplesmente da uma tragado no cigarro de palha, olha no fundos dos meua olhos e diz: "Vai ter que empurrar". Beleza, ja sabia o que era subida.
Lembram do relato anterior em que eu reclamava dos morros? Aquilo era praticamente a rampa do palacio do planalto comparado com isso. Pedalar? Esquece. Pelo mapa, eram 10km ate acabar a serra.  Desses 10, 8 eram subidas. Empurrando a bike. Meu corpo fazia 45º em relação ao chão. Lembrei daquela propaganda: para um pouquinho,  descansa um pouco 1,1km! Para um pouquinho, descansa um pouquinho,  1,15km. Serio.  Eu caminhava de 50 em 50 metros no máximo. Foram 2 horas pra andar 10km. E eram 2 de descida. Chegando no km 10, sabia que seria so morra abaixo dai pra frente.  Visual maravilhoso.  Valeu a pena. Hora de começar a descer. Achei q ia ser mole. Descida absurda, com cascalho, vala, areia, tudo! Se dei descanso pras pernas, foi a hora das mãos arderem!
Mas deu tudo certo! Chegada em Tapera e procurar algo pra comer.  Mercearia 1: tem algo pra comer? Não, so cheetos. Ok, tem agua? Tem, quente! Ok, obrigado.  Mercearia 2, idem. Pensei, ja era! Voltei um pouco e achei uma padaria. Pao de queijo (velho), bolo de banana (delicia), coca e agua gelada. Salvou! E o menino que me atendeu (Bolao) sabia tudo de bike e me tranquilizou pros ultimos 11km ate Corregos.
Realmente o Bolao, que eh magrelo, tinha razão.  Foi a estrada mais gostosa de pedelar, visual bacana! Em uma hora estava em Corregos.  A pousada que tinha "sonhado" estava fechada e ja eram 18:00h. Ou seja, o sonho de "curtir" ja era (maldita serra). Cheguei e ja vi um buteco arrumadinho. Parei a bike e ja veio um bebum me abordar. Falou que me conhecia e se eu lembrava dele. Dai tinha outro bebum e tb começou a conversar comigo. Pedi uma Brahma e fiquei no fogo cruzado dos dois. No fim das contas, começaram a discutir entre ele pra ter minha atenção.  Paguei a cerva e fui pra pousada, que fica em frente. Dei banho na bike, tomei banho e voltei pro tal buteco.  Descobri que eh do mesmo dono da pousada.  So tinha salgado pra comer. Perguntei se conseguia um prato de arroz com feijão.  O Junin (que atende no bar) saiu correndo e voltou em 5 min: olha, por 5 reais a vizinha faz jantar pra vc. Óbvio que topei e fui la comer na casa da dona Cristiane. Arroz, feijão, carne, ovo e salada. Era tudp que queria. Jantei, tomei mais uma cervejinha e bar do junin e cama!






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